Dialetica Simbolica

Muitíssimo bem, diga-se de passagem. Sendo assim, o que teria Olavo de Carvalho a nos ensinar sobre a técnica (ou arte, como preferem chamá-la a maioria dos críticos literários) da escrita? Em A Dialética Simbólica, nos capítulos “Aprendendo a escrever”, “A arte de escrever” e “Ainda a arte de escrever”, ele nos transmite alguns princípios básicos, fáceis de serem compreendidos e praticados, aos que desejam redigir melhor, aperfeiçoar o estilo esse princípios nos mostram a importância de escrever bem. Para se escrever bem é necessário ler. Óbvio, dirão todos ao ouvirem essa afirmação. Mas, ler o quê? Tudo que nos cai diante dos olhos? Não. “A seleção das leituras deve nortear-se pelo anseio de apreender, na variedade do que se lê as regras não escritas desse código universal que une Shakespeare a Homero, Dante a Faulkner, Camilo a Sófocles e Eurípedes”, esclarece Olavo, mostrando assim a importância de selecionar bem o que vamos ler, o indivíduo que lê aprende melhor, pronuncia melhor as palavras e se comunica melhor de forma geral e sem dúvida passa a escrever cada vez melhor. Por meio da leitura, o indivíduo desenvolve a criatividade, a imaginação e adquire cultura, conhecimentos e valores. A leitura frequente ajuda a criar familiaridade com o mundo da escrita.
Contudo, ler, somente, não é o bastante. Segundo princípio: há que se praticar. Se estivermos lendo Dante, devemos traduzir trechos dele, imitar-lhe o tom, as alusões simbólicas, a maneira, a visão de mundo. “A imitação é a única forma de assimilar profundamente”, reforça Olavo. Não nos esqueçamos, porém, que tais imitações são apenas exercícios. Terceiro: ao escolhermos escritores para imitar, é fundamental ter empatia por eles. Cada aprendiz, portanto, selecionará seus próprios modelos.
“A padronização pode ser um mal inevitável. Mas para que exagerar, vendo nela um bem absoluto, o modelo mesmo de boa escrita? (…)
Normas de redação, se estatuídas, devem ser apresentadas, com toda a modéstia, como