dhemilly

4727 palavras 19 páginas
ominada por historiadores, estudiosos ou simplesmente pelos que passaram por ela, como "Inferno Verde", "Paraíso sobre a Terra", "País das Amazonas". Em alguns momentos, ela fora exaltada pelo esplendor de suas águas e de sua floresta e em outros como uma região atrasada e inóspita. Com base nesse tipo de afirmação, este artigo tem por objetivo analisar as estratégias de desenvolvimento elaboradas para a Amazônia desde o início do século XX, com o declínio da borracha, até os planos elaborados durante o regime militar instaurado no Brasil nas décadas de 1960 e 1970. Também faz uma breve reflexão sobre a influência e as características dos planos de desenvolvimento adotados no Brasil no mesmo período.
Em nome do progresso e afã do lucro, grandes projetos de infraestrutura são elaborados e implantados. As ações antrópicas motivadas pelos planos governamentais sob o slogan "progresso", mostraram-se incoerentes com a realidade da Amazônia e manifestam os reflexos até os dias atuais. Esses reflexos são: a alta concentração fundiária, ocupação desordenada de terras públicas, expropriação de populações tradicionais, invasão de terras indígenas, desmatamento, entre outros.
Ciclos da Borracha: expansão e declínio
O ciclo da borracha fez parte de um dos principais momentos econômicos da Amazônia, no qual houve forte intervenção do capital internacional. A seringueira, árvore que produz o látex, foi nomeada por Charles Marie de La Condamine como Hevea Brasiliensis em 1735, mas foi apenas com o processo de aperfeiçoamento da impermeabilização em 1844 por Charles Goodyear que o produto ganha mercado, culminado com a segunda revolução industrial e o advento do automóvel. Sobre este assunto José Arbex Júnior (2005) afirma que:
As primeiras incursões sistemáticas do tema Amazônia nos jornais estavam associadas às riquezas produzidas pela cultura da borracha, um comércio em processo de crescimento mundial desde a descoberta da vulcanização, em 1839. No final do século 19, o

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