Design e sustentabilidade

Numa sociedade capitalista, que foi impulsionada pelo pensamento cartesiano de competição e acúmulo dos bens materiais; a relação dos altos índices de consumo com o rápido crescimento demográfico provoca uma grande preocupação mundial quanto aos impactos sociais e ambientais, problemas ocasionados especialmente pelas tecnologias inovadoras, que estão cada vez mais elaboradas e pela degradação dos recursos naturais, que estão cada vez mais escassos. Diante deste cenário, o conceito de produtos sustentáveis vem sendo explorado aplicando metodologias que fazem uso de ferramentas que auxiliem no desenvolvimento de produtos a fim de melhorar lucros, ao mesmo tempo em que devem reduzir os impactos ambientais. Este paradoxo do desenvolver e conservar são os principais temas contemporâneos.
Ao abordar esta temática, é inevitável a reflexão acerca da fragmentação e linearidade do sistema capitalista que contrapõe à complexidade e a
“transdisciplinaridade”, teoria proposta por Piaget para designar a construção de um sistema total e sem fronteiras, que unifique as estruturas das disciplinas em cooperação mútua.
“[...] uma teoria geral de sistemas ou de estruturas, que inclua estruturas operacionais, estruturas de regulamentação e sistemas probabilísticos, e que una estas diversas possibilidades por meio de transformações reguladas e definidas”
(Piaget apud Santomé, p.70).
A “transdisciplinaridade” é um tema emergente do mundo contemporâneo e sistêmico, sendo o primeiro, uma perspectiva filosófico-social e o segundo, um método de abordagem alternativa ao método científico analítico representado pelo modelo linear cartesiano fundamentado por Descartes, na qual os problemas são decompostos em blocos e analisados separadamente entre si.
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É relevante refletir criticamente esse novo paradigma, uma vez que o Design e conseqüentemente as academias brasileiras, foi calcado em um sistema tradicional fragmentado, criado para o bem do consumo capitalista.