Desenvolvimento de Comunidade

Reformas de Estrutura Preocupam Intelectuais
O discurso mantido pelo desenvolvimento de comunidade brasileiro revela novas preocupações durante os anos que decorrem de 1960 a março de 1964, a partir de 1960 tenta-se conferir-lhe um caráter político , crítico e classista. O desenvolvimento de comunidade passa a ser inserido no contexto do desenvolvimento nacional, numa dimensão macrossocietária e em função de mudanças estruturais. Isto fica claro no “ Seminário Nacional sobre as Ciências Sociais e o desenvolvimento de Comunidade Rural no Brasil”, promovido em 1960 pelo Serviço Social Rural (SSR). O Seminário Nacional promovido pelo SSR polariza seu temário em torno de dois grandes núcleos: a) ensino, pesquisa e aplicação das ciências sociais; b) desenvolvimento rural e pessoal técnico. Segundo a expositora, Josephina Albano, o desenvolvimento de comunidade é definido como um processo de mudança cultural dirigida, e através dele a comunidade é motivada para conhecer e analisar seus principais problemas, buscar soluções e obter o apoio dos orgãos locais para seu desenvolvimento global. Para ela o desenvolvimento de comunidade é mais do que um programa local de desenvolvimento. Ele é um movimento que implica transformação das estruturas em todos os planos: nacional, estadual e local. Albano afirma que o povo precisa sentir a necessidde de mudar, encontrar razões, motivos para querer mudar encarando-se essa mudança pela adesão espontânea e consciente. Daí dizer-se que o desenvolvimento de comunidade é um trabalho educativo. Com isso se predica que as pessoas querem e podem mudar, e que as mudanças participadas têm uma estabilidade muito maior do que as mudanças impostas, pois encara-se que o desenvolvimento de comunidade como uma estratégia para restituir o equilíbrio ao progresso; justifica-se a mudança pelo princípio do consenso existente na comunidade, aborda-se esta como um povo único, solidário, harmônico, vinculado por um laço de