desenhos de araquitectos

740 palavras 3 páginas
Universidade Lusíada Vila Nova de Famalicao – Faculdade de Arquitectura e Artes

Álvaro Siza

Para que uma forma seja bela, ela precisa ser compreensível. Criando formas no concreto real, recusando modelos formais estáticos, Siza Vieira expressa um modo de ver facilmente fruído. A sua obra incorpora os valores poéticos e sensíveis da realidade. Uma articulação entre o social, o técnico e o expressivo. Fruto de uma poética pessoal, os desenhos possuem elementos ocultos mas virtualmente decifráveis, resultantes de uma ordem criativa consciente. É o olhar desperto de um homem procurando uma criação que resulta dessa demanda feita de disponibilidade, de atenção ao Mundo e às pessoas. Nestes desenhos, o arquitecto Álvaro de Siza Vieira mostra-nos toda a sua candura e sensibilidade, ternura e solidão, nostalgia e humor. Com traços de uma paixão imaginativa, observa, retém e vivifica. E cria novos caminhos. E também não é capaz de separar o mundo da geometria do mundo natural. A sua arte é o oposto dum modelo e dum estilo. Em Siza Vieira expressa-se um modo de ver. Um modo de desenvolvimento que se revela misterioso e oculto e que o próprio artista, à partida, não domina. O jogo da criação estética é a transcendência inesperada diante dos acontecimentos. Daí a obsessão constante pelo homem. Estes desenhos, têm subjacente um processo de entrega, uma realização baseada em códigos diferentes que procuram a comunicação inteligível, sensível e funcional entre humanos.
Por vezes dá a sensação que estes desenhos não estão terminados. Ou então, que saltam para além das medidas do quadro, desenvolvendo-se para além do formato, encontrando-se uns com os outros.
Explorando a natureza dos materiais, os seus valores textuais, a luz e a cor, a que acrescenta a dimensão temporal, estes desenhos talvez venham a determinar a sua obra arquitectónica, pois têm vindo a incentivar a sua espontânea criatividade. Obras que demonstram que é no confronto com a realidade

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