Desconstrução: Pesce e Mendini

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No século XX, especialmente a partir da década de 60, a questão da “desconstrução” tem se colocado como alternativa para uma releitura estética e mesmo funcional do que já havia sido consolidado no design gráfico, de produto, interiores. Designers passam então a produzir obras que fogem ao estilo convencional e sua homogeneidade normativa e monolítica, buscando um novo reposicionamento estético. Designers italianos, com destaque para Gaeteno Pesce e Alessandro Mendini, representam bem essa tendência e são dois nomes relevantes na construção dessa nova linguagem do designer, desafiando a rigidez e renovando a linguagem através especialmente da desconstrução das formas e valores. Pesce e Mendini, cada um a seu modo, buscam assim novas linguagens visuais para transpor em suas obras.

Considerado um dos mais versáteis e não-convencionais designers da última metade do século, Gaetano Pesce caracteriza-se pelo espírito anticonvencional e inovador (e até polêmico), com ênfase na vida urbana e na cultura pop. Pesce “descontrói” valorizando o sensorial e as formas orgânicas, quebrando a linha reta proporcional e geometrizada do modernismo. Ele subverte a ordem do consumo e a padronização do moderno, fugindo da austeridade, com peças arrojadas, irreverentes e informais. Ele descontrói a forma sóbria das linhas retas dos preceitos da Gelstat, criando um desenho biomórfico trazendo relaxamento e informalidade. Nesse sentido, em seu portfólio, destaca-se a poltrona Sitdown, produzida através de uma máquina que derrama a espuma em um molde simples, de modo a não constringir a matéria-prima em nenhum ângulo, deixando-a livre. Com isso gera-se, sem nenhuma intervenção manual, um produto único, não porque seja fabricada apenas uma peça, mas porque não há duas peças iguais. Pesce também questiona a estética quando coloca o movimento como princípio estruturador das peças, o que ele chama de “mobiliário de transformação”, caso da série Up e da poltrona Donna, que embaladas a vácuo

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