Descartes. Meditação sobre filosofia primeira.

Há em Descartes uma ideia de buscar estabelecer princípios que não sejam incertos e duvidosos. "Dei-me conta que admitira desde a infância muitas coisas falsas por verdadeiras e de quão duvidoso o que depois sobre elas construi. Era preciso, portanto, que fossem postas abaixo, todas as coisas, todas as opiniões em que até então confiara, recomeçando dos primeiros fundamentos, se desejasse estabelecer em algum momento algo firme e permanente nas ciências" (DESCARTES, R. s/d, p.15). O conhecimento adquirido na infância trata-se de um conhecimento tido através dos sentidos, através de opiniões que são formadas quando não utiliza-se a racionalidade em sua completa capacidade. "A ciência é duvidosa e incerta porque está fundada sobre princípios mal assegurados, então, se Descartes pretende estabelecer uma ciência certa e segura, ele precisa começar pelos princípios" (FORLIN JR, E. s/d, p.27). O objetivo de Descartes é alcançar um fundamento e a estratégia que ele utiliza é o ceticismo. Por um momento, ele colocará tudo em dúvida afim de questionar o conhecimento genérico e geral que é admitido por muitos. "Em suma, o caráter fundacionista da filosofia cartesiana está em exigir da ciência um fundamento também científico" (FORLIN JR, E. s/d, p.29). Não é necessário mostrar que todas essas opiniões são falsas, basta atacar a fonte para atacar todos as opiniões nela edificadas.
O ato de duvidar é voluntário pois parte de uma atitude racional de demonstrar que as antigas opiniões não possuem veracidade garantida, e, também é, hiperbólico; "bastará que encontre, em cada uma, alguma razão de duvidar pra que rejeite todas." (DESCARTES, R. s/d, p.17). O motivo de dúvida pode ser o menor que for, mas ele rejeitará a opinião sobre ele edificada caso o tenha. Um princípio, para não ser rejeitado, deve ser indubitável.
A duvida cartesiana pode ser classificada em metódica e provisória pois é utilizada como um meio de se alcançar a certeza do conhecimento cientifico; como