Descartes Fichamenti

2427 palavras 10 páginas
Primeira parte
Na primeira parte do Discurso do Método Descartes comunica ao leitor o propósito desta obra que, escrita no século XVII causaria tão grande impacto sobre o pensamento filosófico e cientifico da modernidade. O seu discurso é fruto da intenção de apresentar o método que empreendera para conduzir a sua razão em busca do que é verdadeiro. A razão é entendida como o “poder de julgar de forma e discernir entre o verdadeiro e o falso”, sendo a única coisa que nos torna de fato humanos, diferenciando-nos dos animais. Justamente por isto, Descartes considera que esta faculdade de discernimento é a coisa mais bem distribuída no mundo – o bom senso, que acreditamos ter em justa medida, sem desejar mais ou menos do que já possuímos, sendo igual entre todos os homens
Ao relatar os percursos de sua instrução pelas letras, matemática, ciências, considera que em meio à busca pelo conhecimento seguro acerca do mundo, surgiram as duvidas e as confusões diante do reconhecimento da própria ignorância. Ate mesmo diante dos caminhos que levam ao céu, indicados pela teologia, reconheceria os limites da razoabilidade – seria preciso ser estar alem da condição humana, receber ajuda divina, para alcançar as verdades que conduziam ao divino. Assim, homens instruídos e ignorantes desfrutavam de uma mesma posição frente a possibilidade de conhecer tais verdades, ao contrario do que se poderia pensar – a condição da erudição e do estudo não aproximariam por si só o homem da verdade divina.
Esta mesma situação aparece na consideração que descartes faz a respeito da eloqüência e da poesia: dons do espírito. Esta atribuição é exemplificada pelos homens cujos pensamentos organizados e inteligíveis prescindem do estudo da retórica. Ou por aqueles, que tendo suas exposições rebuscadas pelos efeitos da fala desfrutavam do dom da poesia, sem que, no entanto conhecessem a arte poética.

Assim, a erudição já não fornece a segurança para o discernimento do verdadeiro e do falso, visto

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