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Pais ausentes ou omissos não querem ter o trabalho de cuidar dos próprios filhos. Não é nenhum absurdo concluir que os pais não têm condições de filtrar tudo o que o filho vê. Acreditar que cabe aos pais a responsabilidade de explicar toda a programação de TV para seus filhos é, no mínimo, insensibilidade. É justamente pela falta de tempo de poder acompanhar o dia-a-dia dos filhos que fica tão difícil dizer não a tudo o que eles pedem. Há um complexo de culpa e não há como não se sensibilizar com uma criança chorando (principalmente um filho) por querer alguma coisa. E ser alheio ao fato de que os pais precisam trabalhar e querem compensar esse distanciamento não ajuda em nada a discussão. Se algo existente na minha infância não causou dano para minha formação, automaticamente a publicidade direcionada não é maléfica pra ninguém. Esse argumento é de um simplismo gritante.
A legislação atual não permite esse tipo de autoritarismo. Embora isso seja verdade, é bom lembrar que temos diversos congressistas lutando diariamente para alterar a legislação em relação a tudo. Mesmo com o CONAR sendo bastante rigoroso com as restrições a publicidade, há uma força ideológica que defende que a publicidade é nociva por si só e luta pelo seu fim. E eles tem representatividade legal para brigar por isso. É difícil, mas não impossível que seus ideais sejam impostos a sociedade toda.
Crianças são capazes de aprender e lidar com a publicidade. Este argumento sofre apenas com uma situação relativamente recente: tratamos como crianças todas àquelas que têm menos de 12 anos, sem subdivisões. Mas desde a popularização das TVs por assinatura – e em específico do meio dos anos 90 em diante, produções focadas para crianças com menos de três anos trouxeram um público com sensibilidades e fragilidades muito maiores. É urgente reconhecer e dividir este público, entendendo que a capacidade de percepção de mundo varia em relação a idade da criança e que necessidades diferentes exigem

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