"democracia"

Consultando livros didáticos ou outras fontes mais conhecidas aprende-se que a história do Brasil é marcada pela ausência de democracia, considerando-a efetiva após o fim da ditadura militar, uma democracia de 27 anos. Este trabalho tem como objetivo abordar a democracia no Brasil de uma maneira mais crítica, fugindo do que foi divulgado e imposto pela historiografia tradicional e da miopia de intérpretes que escondem eleições.
Democracia é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está nas mãos do povo, direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos. As democracias podem ser divididas em diferentes tipos, baseado em um número de distinções; a distinção mais importante acontece entre democracia direta – quando o povo expressa a sua vontade por voto direto em cada assunto particular – e democracia indireta – quando o povo expressa sua vontade por meio da eleição de representantes que tomam decisões em nome daqueles que os elegeram.
Em 1500 os portugueses chegam ao Brasil, para garantir o esquema de guarda da extensa costa e possibilitar uma melhor administração, Portugal implantou o sistema de capitanias hereditárias que “substituiria” a Coroa. Dom João III resolveu dividir as terras brasileiras em faixas, que partiam do litoral até a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas; estas enormes faixas de terra chamadas de sesmarias foram divididas em 14 capitanias hereditárias, 15 lotes (São Vicente estava dividido em 2 lotes) e doadas a 12 donatários (Pero Lopes de Sousa era donatário de 3 capitanias: Itamaracá, Santo Amaro e Santana) − nobres e pessoas de confiança do rei. Em 1532, Martim Afonso de Sousa funda a primeira vila do Brasil, batizando-a de Vila de São Vicente; o capitão tinha como função povoar a terra, fazer vilas, repartir gentes, trazer arte e civilização, vida agradável e nomear oficiais, mas a escolha das autoridades que comandariam a vila não emanou da vontade do capitão: veio da eleição – o voto