De falácia em falácia

De falácia em falácia * Kleber Adorno Depois de alguns meses de campanha eleitoral, o resultado poderá ser conferido, já neste domingo. Qualquer que seja o resultado será legítimo, verdadeiro e reflexo do desejo da maioria. A partir daí, o bom governante saberá extrair os anseios da população e nortear sua administração para o bem comum. Há que se aceitar a vitória com humildade e a derrota com dignidade. O embate democrático não deveria jamais baixar o nível, mas o caminho a ser percorrido evidencia que ainda há muito a aprender neste processo, mas que um dia chegaremos lá. Não há como negar, ao se comparar a qualidade de vida dos brasileiros hoje com a de cinqüenta anos atrás, que está melhor. O mundo muda o tempo todo, apesar de nós. Há embutido no ser humano o desejo de crescer, de evoluir, de se realizar interna e exteriormente, ainda que para muitos isso ainda seja latente e não tenha se expressado no campo da consciência. Eclode nas pequenas atitudes, na identificação que se tem com os candidatos. Pela própria impossibilidade de se conhecer profundamente aqueles que serão nossos governantes, muitos somos vítimas das falácias, naqueles argumentos logicamente inconsistentes, com pouco ou nenhum fundamento, falho na capacidade de provar de maneira eficaz aquilo que se alega. No entanto, são argumentos que se destinam à persuasão e parecem convincentes para grande parte do eleitorado. Não é fácil reconhecer as falácias e muitas vezes o argumento que a sustenta tem validade emocional, íntima, psicológica, por isso é importante conhecer os tipos de falácia para evitar armadilhas lógicas na própria argumentação a na análise da argumentação alheia. Este, entretanto, é tema para dissertações de mestrado ou teses de doutorado dada a profundidade da reflexão exigida e não será possível explicar em um pequeno artigo de jornal, mas pelo menos podemos alertar para alguns tipos de falácia. Agora, por exemplo, chama-me a atenção a evidência anedótica,