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Pouca chuva não significa falta de água na torneira, diz relator da ONU
O pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Leo Heller afirma que é um equívoco pensar que estiagem significa necessariamente falta de água nas torneiras. "Estiagem é baixo volume de chuva; escassez é acesso limitado à água", diz o brasileiro, que é o atual relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o direito à água potável e ao saneamento.
O estudioso Haller faz questão de diferenciar estiagem de escassez, explicando, assim, que a culpa da atual crise de falta de água não é da meteorologia. Para ele é possível ter pouca chuva e abastecimento de água regular para a população. "A estiagem não deve se converter em escassez no sistema de abastecimento. [Para isso] é necessário haver planejamento para pensar em medidas que evitem a falta de água", afirma Heller, que foi escolhido para a função para um período de três anos, prazo que pode ser prorrogado por mais três.
Segundo ele, é necessário projetar qual serão o consumo futuro e a disponibilidade de água e pensar em alternativas aos reservatórios, como uso de água de chuva e de aquíferos, além do reuso. "A oferta deve ser sempre superior à demanda. Nesse período que estamos vivendo isso não está acontecendo", alerta.

Vilões da crise
A crise de falta de água vivida por São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo foi causada, na opinião do professor, pelo "planejamento inadequado do sistema de água", que não leva em conta as variações climáticas.
Ele discorda de quem aponta o desperdício dos consumidores domésticos como vilão da crise. "Nós sabemos que não são eles. Existe um uso perdulário da água em outras atividades econômicas, como agricultura e mineração, além das perdas excessivas na distribuição de água", fala.
Relatório do governo federal divulgado no mês passado revelou que 37% da água tratada no país é desperdiçada por falhas nas tubulações, fraudes e ligações clandestinas.
Segundo a ANA (Agência

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