Cultura, história e construção da subjetividade
Museu visitado: Museu Afro-Brasil
Data da visita: 02/4/11
Nome da exposição visitada: “Mestre Didi: emergência mística – olhar universal”
Nome do artista: Mestre Didi
Data da produção da obra: 2000.
Pesquisa sobre o artista.
Mestre Didi é o nome artístico de Deoscóredes Maximiliano dos Santos, nascido em Salvador, aos 02 de dezembro de 1917. Ele é escritor, artista plástico e sacerdote afro-brasileiro, filho de Arsenio dos Santos, alfaiate da “elite” da Bahia, e de Maria Bibiana do Espírito Santo, descendente de tradicional família Asipa, originária de Oyo e Ketu, importantes cidades do império Ioruba .
Embora tenha feito a primeira comunhão na igreja Católica, afastou-se dela por influência de Eugênia Ana dos Santos “Mãe Aninha”, que lhe deu o título de “Assogba”, Supremo Sacerdote do Culto de Obaluaiyê, bem como pelo fato de ser sobrinho de Marcos Theodoro Pimentel, o Alapini, primeiro Mestre de Didi no Culto aos Egungun , os ancestrais masculinos, que constituem uma tradição originária de Oyo, capital do império Ioruba.
Após a iniciação do pai de Didi, conhecido por Paizinho, este também iniciaria Didi. Posteriormente Didi recebeu o título de Alapini, o mais alto do Culto aos Egungun, no Ilê Agboula e, em 1980, fundaria o Ilê Asipa onde é cultuado o Baba Olukotun e demais Eguns desta tradição antiga.
Como artista Mestre Didi se inspira nos Orixás do Panteão da Terra , que nos alimentam e nos ajudam a manter a vida. Estes Orixás se inspiram na Mãe Terra – Lama, representada pela Orixá Nanã, patrona da agricultura.
Para a antropóloga Juana Elbein dos Santos, o Mestre Didi exprime esteticamente uma profunda intimidade com seu universo existencial, no qual a ancestralidade e a visão de mundo africanos se fundem com sua experiência de vida baiana. Completamente integrado ao universo nagô de origem iorubana, o artista traz em sua obra uma inspiração mítica, material, utilizando a linguagem