cultura Geral

1331 palavras 6 páginas
SENSIBILIZAR
Debater, discutir, explicar, esclarecer e informar parecem noções cada vez mais fora de moda. O que agora parece ser mais importante é: sensibilizar. Um pouco por todo o lado, e não apenas nas escolas, se multiplicam as acções de sensibilização. São acções de sensibilização ambiental, programas de sensibilização para os perigos do consumo de drogas, sessões de sensibilização contra o racismo, e assim por diante. Vejo quase todos os dias passar por mim viaturas da empresa municipal de águas e resíduos da cidade onde vivo com o slogan “Educar e sensibilizar.” Nas conversas televisivas ouvimos frequentemente dizer que é necessário sensibilizar as pessoas para fazer mais exercício físico, para participar mais activamente na vida pública, para a necessidade de poupar, para a violência doméstica, etc. Até nas planificações das actividades lectivas das mais variadas disciplinas a sensibilização aparece. Fica-se com a ideia de que quando se pretende promover ou inibir certas atitudes, opiniões ou comportamentos nas pessoas, o que há a fazer é, sobretudo, sensibilizá-las para isso. A sensibilização parece ser a grande ideia pedagógica dos nossos dias. Defendo que esta ideia é profundamente errada e pedagogicamente desastrosa: educar não é, nem deve ser, sensibilizar.
Vale a pensar no que significa “sensibilizar.” Como a própria palavra indica, sensibilizar é levar as pessoas a sentir o que antes disso não sentiam. Ou também levar as pessoas a sentir as coisas de um modo diferente. É, no fundo, intervir nas emoções ou sentimentos das pessoas. Isto torna clara a diferença entre, por um lado, a sensibilização e, por outro, a informação e a discussão racional. Ao contrário do que se passa com a sensibilização, nem o acto de informar nem a discussão racional se apoiam na emoção.
A sensibilização aproxima-se, assim, da publicidade e da propaganda. Também estas assentam numa espécie de apelo emocional, procurando induzir certos comportamentos e atitudes: consumir

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