Culto ao corpo -

CULTO AO CORPO: CONSEQUÊNCIAS DA BUSCA PELA PERFEIÇÃO FEMININA

INTRODUÇÃO

Ao longo dos séculos é possível averiguar mudanças gradativas na imagem da mulher. De dona-de-casa dedicada a marido e filhos, passa-se à doce boneca sensual, representada pelas pin-ups tendo como exemplo Marylin Monroe, atravessando ainda a fase de conquistadora de direitos – que, diga-se de passagem, aumentou ainda mais o grau de exigência sobre o desempenho feminino, que agora cuida da casa, da família, trabalha fora, estuda e ainda mantém-se atraente -, para chegar à mulher contemporânea, preocupada com seu corpo e aparência, negando os prazeres que podem “distorcer” sua imagem, buscando cada vez mais a perfeição do corpo, em equilíbrio com uma estabilidade financeira e uma relação afetuosa gratificante. As discussões acerca dessa incessante busca por uma adequação aos moldes transmitidos pela mídia, que representam certa aceitabilidade social, são freqüentes até mesmo entre as próprias mulheres. Mas isso não significa uma mudança no comportamento da mulher atual. Isso ocorre porque a mensagem passada pela enorme indústria midiática ultrapassa a opinião sobre o que é correto, ético, saudável, transmitindo constantemente uma ideologia de aparência e consumo, que inconscientemente se apossa dos anseios sociais, levando mulheres de todas as idades, etnias e classes sociais a se entregarem ao modelo estabelecido como ideal. E quais as conseqüências, psicológicas, físicas e emocionais, que esse movimento narcisista traz a essas mulheres? Esse artigo busca exatamente as respostas a essa pergunta. Mostraremos aqui as várias faces do culto ao corpo, uma febre que a cada dia cresce mais entre as mulheres, trazendo tantos falsos benefícios quanto conseqüências malignas à suas vidas.

O CORPO FEMININO NA MIDIA: DESEJO E UTOPIA

O principal instrumento de disseminação do ideário de beleza e perfeição é com certeza a mídia. Em qualquer veículo de comunicação, seja uma