Crônicas

439 palavras 2 páginas
- Coisas de um passado não tão distante
Uma vez, acompanhando meu pai num barzinho onde tomava as suas cachacinhas, no Conjunto Novo Assunção, na Barra do Ceará, onde nasci e me criei aqui mesmo em Fortaleza, interrompi a sua conversa com seus amigos, desmentindo-o perante toda turma. Tinha cerca de oito anos de idade, e naquele momento, fui repreendido com seu olhar fixo, um silencio nutrido de raiva e de vergonha, envolto às gargalhadas de seus amigos. Mas o que me esperava depois?
Em casa, chegando, levei uma tremenda pisa ou peia, como se diz no Ceará, para criar vergonha e jamais voltar a envergonhar meu pai, perante aos seus amigos. Isto, ouvi durante as lapadas de cinto, nas pernas e em outras partes do corpo. Menino nunca deve se meter em conversa de adultos. É regra, ensinamento e sabedoria que não mais se prega na educação dos filhos.
Hoje tenho 40 anos e recordo não somente deste episódio, como de tantos outros que resultaram em repreensões e aprendizados. Não porque era “maluvido”, mas, certamente, em razão de ter feito parte de um processo educativo que não mais se usa hoje em dia.
Hoje, as crianças, em sua grande maioria, não sabe respeitar pai e mãe, quanto mais, os mais velhos, tanto aqueles de seu convívio, quanto desconhecidos da sociedade. Falam o que querem, sem meias palavras, envergonhando-os onde e com quem estejam. Tornam-se jovens e adultos com a mesma postura, e até, mais apurada, chegando até á prática de ofensas físicas, que se trata de um grande absurdo.
Ninguém mais usa tratamentos como “senhor” e “senhora”. Tratam os mais velhos, como diz a minha mãe, Dona Ivanilde, como um “pariceiro”. Êita mundinho transformado é esse que vivemos, não é? E o pior, se um pai ou uma mãe pelo menos ameaçar levantar a mão para um filho, mesmo que entenda ter razões para isso, logo escuta: “Bate em mim, pra tu vê, como eu chamo o Ronda”. Quando não são eles que ameaçam chamar, são vizinhos, alheios e solidários as suas causas.
O fato é que educar

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