Crítica da divisão do trabalho - Karl Marx

CRÍTICA DA DIVISÃO DO TRABALHO
Karl Marx – Da Manufatura a Fábrica Automática
A Manufatura
O mecanismo específico do período manufatureiro é o trabalhador coletivo, e dele são exigidas habilidades diversas. Quando as diferentes operações são separadas, os operários são distribuídos segundo as suas aptidões específicas. Diferente da manufatura, em que as forças de trabalho que, por sua natureza, só são capazes de certas funções restritas. Quanto mais incompleto e até imperfeito for o trabalhador parcial, mais será ele perfeito como parte do trabalhador coletivo. O exercício de uma única função transforma-o em um órgão infalível dessa função.
A manufatura desenvolve uma hierarquia das forças de trabalho, à qual corresponde uma escala de salários. As diferentes operações dessa hierarquia são também apropriadas às capacidades naturais ou adquiridas. Depois de haver desenvolvido a especialidade limitada, a manufatura passa a fazer da absoluta falta de desenvolvimento uma especialidade. Temos então a divisão dos trabalhadores em hábeis e inábeis, para ambos o valor da força de trabalho diminui.
A depreciação relativa da força de trabalho que resulta do desaparecimento ou da diminuição das despesas com aprendizagem, acarreta aumento imediato da mais-valia. A força produtiva resultante da combinação dos trabalhos aparece como força produtiva do capital e a manufatura submete o trabalhador às ordens e à disciplina do capital. Ela estropia o trabalhador e favorece o desenvolvimento de habilidades parciais, suprimindo todo um mundo de instintos e capacidades.
Inicialmente, o trabalhador vende sua força de trabalho ao capital, porque lhe faltam os meios materiais necessários à produção e, agora, sua força de trabalho individual recusa qualquer serviço se não estiver vendida ao capita, o que torna-o incapaz de fazer algo independente da manufatura
A divisão manufatureira do trabalho opõe ao trabalhador as forças intelectuais do processo material de produção como