Critica

677 palavras 3 páginas
“A Abecázia é um sítio onde a lei do tempo e do espaço não funciona do mesmo modo. O tempo não passa da mesma maneira, é um pouco como a Zona do Stalker de Tarkovski, um sítio onde as consequências temporais não são as mesmas...” Talvez seja por isso que Éric Baudelaire, 41 anos, artista e cineasta francês nascido nos EUA, diga “sentir-se em casa” em territórios “de fronteira” como o Líbano, “multi-confessionais, multi-étnicos, multi-linguísticos”. Ou a Abecázia, uma das antigas repúblicas soviéticas que, na sequência de um sangrento conflito com a Geórgia em 1992-93, declarou uma autonomia que só a Rússia reconhece. É esse país que está no centro de Letters to Max, que Baudelaire trouxe ao concurso internacional do Doclisboa – de onde saiu com o Prémio Especial do Júri, galardão que o cineasta já tinha recebido em 2012 por The Anabasis of May and Fusako Shigenobu, Masao Adachi and 27 Years Without Images.

Letters to Max é o registo da correspondência trocada entre Baudelaire, que visitou a Abecázia pela primeira vez em 2000, e Maxim Gvinjia, que foi vice-ministro dos Negócios Estrangeiros logo a seguir à sua declaração de independência. Em 2012, o realizador pôs no correio cartas ao seu amigo de longa data, duvidando que elas chegassem a ser recebidas num país que aos olhos do mundo ocidental não existe. Mas as cartas chegaram ao seu destino. “O impossível tornou-se possível,” diz Baudelaire ao PÚBLICO, “e isso era uma constatação interessante para alguém como eu, que trabalha na zona de fronteira entre o real e a ficção”.

A partir das respostas que foi recebendo de Max, Baudelaire fabricou em tempo recorde um projecto multimédia do qual Letters to Max é apenas um elemento. “Sabia que as cartas iam dar um filme, mas procuro sempre mostrar algo mais quando proponho uma exposição. Nesses casos, há três elementos: o filme, uma falsa embaixada da República da Abecázia onde o Max conversa com pessoas durante um horário de expediente, e um programa de debates

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