Crise na educação

9524 palavras 39 páginas
A Crise Na Educação
Hannah Arendt

«The crisis in Education» foi pela primeira vez publicado na Partisan Review, 25, 4 (1957), pp. 493-513. Publicado em versão alemã em Fragwürdige Traditionsbestände im Politischen Denken der Gegenwart, Frankfurt: Europäische Verlagsanstalt, 1957, o texto veio a ser de novo reimpresso em Between Past and Future: Six Exercises in Political Thought, New York: Viking Press, 1961, pp. 173-196, de onde o traduzimos. (N. T.)

1

I
A crise geral que se abate sobre o mundo moderno e que atinge quase todas as áreas da vida humana manifesta-se diferentemente nos vários países, alargando-se a diversos domínios e revestindo-se de diferentes formas. Na América, um dos aspectos mais característicos e reveladores é a crise periódica da educação a qual, pelo menos na última década, se converteu num problema político de primeira grandeza de que os jornais falam quase diariamente. Na verdade, não é necessária grande imaginação para se avaliarem os perigos decorrentes de uma baixa constante dos padrões elementares ao longo de todo o sistema escolar. Os vãos e inumeráveis esforços das autoridades responsáveis pelo controlo da situação mostram bem toda a gravidade do problema. No entanto, quando se compara esta crise na educação com as experiências políticas de outros países no século XX, a onda revolucionária posterior à Primeira Guerra Mundial, os campos de concentração e extermínio, ou mesmo o profundo mal-estar que, sob a aparência de prosperidade, se espalhou por toda a Europa depois do fim da Segunda Guerra Mundial, toma-se difícil dedicar-se se na educação toda a atenção que ela merece. Com efeito, é tentador considerá-la como um mero fenômeno local, desligada dos problemas mais importantes do século, fenômeno cuja responsabilidade seria necessário atribuir a determinados aspectos particulares da vida dos Estados Unidos, sem equivalência noutros pontos do mundo. Mas, se isso fosse verdade, a crise no nosso sistema escolar não se teria

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