Crenças de professores de Português sobre
Crenças. Crenças de professores, crenças de alunos.
Este é um campo de investigação que vem, cada vez mais, despertando o interesse de autores e pesquisadores nas áreas da educação, psicologia, ciências cognitivas e no campo dos estudos lingüísticos. Já há algum tempo vem se observando a necessidade de se estender a discussão para além da transmissão de conhecimentos teóricos e de se considerar, mais de perto, a visão – as crenças – dos atores diretamente envolvidos em um processo de ensino/aprendizagem: professores e alunos.
Este estudo investigou as crenças que os professores de Língua
Portuguesa carregam consigo sobre o papel da gramática no ensino daquela disciplina: para o que serve e como abordam o ensino de gramática.
Visando facilitar a tarefa do leitor, apresento aqui um breve esboço deste trabalho. Na próxima seção apresento o construto, mostro o interesse na investigação científica e faço uma breve justificativa pela minha opção em investigar crenças.
Na segunda seção, mostro como e por que se começou a questão tionar o ensino regido pela gramática normativa e faço uma breve discussão sobre outros tipos de gramáticas. Na seção que se segue àquela faço uma resenha sobre as alternativas propostas por alguns pesquisadores para a abordagem da gramática em sala de aula e, na última seção, apresento e discuto os resultados da pesquisa aqui apresentada.
CRENÇAS: DEFINIÇÃO E INTERESSE NO TÓPICO
O que são crenças? A explicação mais rápida e imediata é feita através da distinção entre crenças e conhecimentos.
Em termos básicos, conhecimento é o que se tem como resultado de pesquisa cientifica, a partir de fatos provados empiricamente.
Crenças, por sua vez, são o que se “acha” sobre algo
– o conhecimento implícito que se carrega, não calcado na investigação sistemática. Já no início do século passado,
Dewey (1933) se referiu a crença como um conceito que
“cobre todas as questões sobre as quais não temos um conhecimento