Credor
Anderson Rodrigo de Oliveira
Faculdade de Filosofia
Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas ghigo.medievo@htomail.com Vânia Dutra de Azeredo
Grupo de Pesquisa Filosofia, Cultura e Sociedade
Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas vania.azeredo@puc-campinas.edu.br Resumo: Presente na segunda dissertação da obra Genealogia da Moral, de Friedrich Nietzsche, estão os conceitos de dívida e culpa. Ao longo da história, o ser humano foi criando mecanismos que permitiram o reforço da relação estabelecida entre credor e de-vedor, gerando a dívida, que, mais tarde, será identi-ficada com culpa. Desse modo, a análise não só filo-sófica, mas, também, filológica do assunto é um res-gate e uma reflexão articulada e crescente da pro-blemática das relações que desempenhamos todos os dias, com mais ou menos intensidade, com mais ou menos responsabilidade dívida.
Palavras-chave: credor-devedor, culpa, dívida.
Área do Conhecimento: Ciências Humanas – Ética.
1. INTRODUÇÃO
A pesquisa iniciada no segundo semestre do ano de 2009 tomou como base duas obras principais de um dos mais conhecidos pensadores ocidentais: Friedri-ch Nietzsche. Em Além do bem e do mal e, princi-palmente, na Genealogia da moral, Nietzsche traba-lha os mais variados conceitos relacionados à refle-xão da construção de uma história da moral. Preci-samente, na segunda dissertação da Genealogia, niestzsche aborda conceitos e trabalha, usando da filologia, a origem das relações entre credor e deve-dor. Dessa relação, nasce a dívida que, com o pas-sar do tempo, será também identificada à culpa. Para tanto, há que se exemplificar que, mesmo na oração cristã do Pai-Nosso rezada pelos católicos, rezava-se “[...] perdoai as nossas dívidas assim como nós per-doamos aos nossos devedores [...]”, o que ganhou, mais tarde, uma variante em “[...] perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido [...]”. A relação entre