Cragea

Um forçado adeus

1

Aquele dia inesquecível começou normal,Sem nenhuma novidade,sem diferença dos dias anteriores.Pois era assim que eu me sentia dentro de uma fabrica,como se os dias fossem todos iguais.Iguais mas mágicos.Afinal,os dias eram longos e compridos,mas os meses e anos passavam voando.Já havia quatro anos em que eu estava lá,naquela fábrica de auto peças.Não tinha do que reclamar,afinal,a fábrica me proporcionou realizar alguns sonhos.Graças a ela consegui minha independência financeira.Fiz vários amigos Japoneses.E ainda consegui conhecer alguns locais turísticos através de excursões.E consegui aprender um pouco do idioma através de cursos que eles ofereciam aos funcionários.Então,eu adorava a minha vida.Mas lá,na hora do expediente,na hora do serviço repetitivo,o meu universo era normal.Normal demais.Beirava o entediante.
Mas naquele dia a normalidade não iria ocorrer. Estava eu trabalhando quando o representante da minha empreiteira apareceu na linha de montagem onde eu trabalhava com um comunicado.
-Kouji,agradecemos pelos serviços prestados,mas você foi dispensado pela fábrica.
Diante de minha perplexidade, ele continuou:
-Mas se isso serve de consolo, não é só você que vai sair.Serão todos os Brasileiros.
‘’-Então isso inclui o meu irmão Seiji’’pensei.

2

Quando abri a porta de casa vi que Seiji já tinha chegado.Ele bebia uma cerveja.Tinha um semblante triste.Confirmamos as nossas dispensas.Eu disse para ele se animar,iria falar com os meus contatos Japoneses,iríamos conseguir outro serviço.Seiji disse que iria falar com Kyouko,sua namorada Japonesa.Então nos animamos.Fomos dormir despreocupados nesse dia.Mas nos deparamos com a realidade nos dias em que se seguiram.Filas imensas de Brasileiros e Japoneses nas agências de emprego.Empreiteiras de portas fechadas.Jornais e noticiários anunciando que a coisa estava séria.O desemprego afetava em cheio o Japão,principalmente a classe estrangeira.
Terminando o aviso prévio,pedimos para