Conversando sobre ética

SUNG, Jung Mo. Conversando sobre ética e sociedade. 4 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998, 117 p.
A discussão sobre ética moral tem ganhado atenção especial nos principais veículos de comunicação no que se refere aos diversos assuntos: fome, ecologia, direitos da mulher, entre outros, são exemplos da necessidade da mudança ética nos campos da vida social. 1. O Porquê da Ética
A vida em sociedade nos leva a alguns questionamentos, como por exemplo: “O que devo fazer?” ou: “Será que eu devo realmente tomar essa atitude? Devo ajudar àquela pessoa em perigo e me colocar em risco? Esses questionamentos devem ser respondidos e “bem” respondidos. Não estamos acostumados a responder a esses tipos de perguntas, e, quando nos deparamos a elas, às vezes tomamos caminhos contrários aos ensinamentos éticos. É praticamente um “agir instintivo”.
A consciência ética surge com a desconfiança de que os valores aprendidos no convívio social estão encobertos por interesses pessoais inconscientes, que entram em contradições com as causas geradoras da moral. A desconfiança de que ocultamos os verdadeiros e maiores interesses quando na verdade, estamos mais preocupados com os interesses particulares e nos esquecemos dos interesses coletivos. 2. Ética e construção da realidade
O ser humano, diferentemente dos outros animais, possui instintos insuficientes para sua sobrevivência, precisando ser moldado pela própria atividade humana. A primeira natureza do ser humano é a “natureza biológica”.
A Cultura é o que podemos chamar de “segunda natureza” humana, onde ela possibilita o suprimento da falta de estrutura de instintos biologicamente determinados aos seres humanos. A cultura é um resultado das soluções dadas pelos indivíduos e pelo grupo social frente às dificuldades impostas pela vida.
A cultura tem o status de objetividade: ela é percebida não só por um indivíduo, mas por todo um grupo, reforçando a convicção de que “essa realidade” é “a realidade”. Ela também tem um poder