conto4

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Festejo de Julho

Chegou outro festejo de julho em Piracuruca. A igreja matriz de N. Sra. do Carmo, como ocorre todos os anos, recebe alguns cuidados, pequenas reformas aqui e ali, e também uma boa limpeza.

Todo ano é assim, desde que me lembro, tanta gente comparece às missas que não cabem na nave, como resultado toda a Praça Irmãos Dantas transforma-se num enorme templo ao ar livre, onde os fiéis ouvem a ladainha do antigo o ritual católico.

Devo dizer, é bem verdade, que nem todos os presentes à praça prestam muita atenção ao que o pároco diz, afinal, cada um dos presentes, cada faixa de idade – para ser mais claro, tem seu próprio interesse no festejo, e não seria equivocado dizer que só quem já passou dos cinquenta anos tem, de fato, algum móvel religioso, salvo, é claro, as exceções que teimam em existir em todo tipo de coisa.

Eu mesmo, por exemplo, nunca fui muito católico, embora sempre tenha tido um comportamento manso, como se espera de todo cristão. Quando criança, vendo aproximarem-se os dias do festejo, que, por felicidade, coincidiam com o início das férias escolares do mês de julho, ficava sonhando com o parque cheio de brinquedos que estava por chegar, com sua roda gigante, sombrinha, carrinhos bate-bate, patinhas girantes e aviõezinhos...

E o circo então?! Uma vez veio um circão bem grande, que teve que ficar montado no morro do Patronato de tão enorme que era. O morro, aliás, não existe mais, mas o Patronato ainda está lá, mesmo sem o morro, que hoje virou praça, com canteiros, bancos e postes elétricos.

Quanto ao circo, eu era tão meninote naquele ano que não lembro absolutamente nada do espetáculo, nem mesmo quantos anos eu tinha, lembro apenas daquele mundaréu de gente fazendo fila pra entrar e daquela lona listrada de vermelho e amarelo. Somente essas lembranças e a expectativa do espetáculo ficaram na minha memória de criança. Deve ser por isso que se diz que o melhor da festa é esperar por ela, do espetáculo mesmo não me recordo

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