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A Estranha Morte do
Prof. Antena

de Mário de Sá-Carneiro

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A Estranha Morte do Prof. Antena de Mário de Sá-Carneiro

A Côrtes Rodrigues
Mesmo entre o público normal causou grande sensação a morte do Prof.
Domingos Antena. Não tanto — é claro — pela irremediável perda que nele sofreu a
Ciência contemporânea, como pelo mistério policial em que a sua morte andou envolvida. Esse automóvel-fantasma que, de súbito, surgira e logo, resvalando em vertigem, se evolara por mágica, a ponto de ser impossível achar dele um indício sequer, embora todas as diligências — e mesmo a prisão dalguns chauffeurs que puderam, entretanto fornecer alibis irrefutáveis — volveu-se lògicamente matériaprima óptima, demais a mais roçando o folhetim, para os diários, então, por coincidência, privados de assunto emocional.
Depois, a figura do Prof. Antena era entre nós popular. O seu rosto glabro, pálido e esguio, indefinidamente muito estranho; os olhos sempre ocultos por óculos azuis, quadrados, e o sobretudo negro, eterno de verão e de inverno, na incoerência do feltro enorme de artista; e os cabelos longos e a lavallière de sede, num laço exagerado — tudo isto grifara bem o seu perfil na retina paspalheira da multidão inferior das esquinas. Entanto jamais um dito grosseiro, dessa lusa grosseira, provinciana e suada, regionalista, que até nesta Lisboa — central, em vislumbres — campeia à rédea solta (e mesmo refina democràticamente) o atingiu nas ruas ou nas praças pelas quais ele era silhueta quotidiana. Pois ao invés dos sábios convencionais e artistas castrados que fogem às multidões, à Europa, ao progresso, num receio gàgá de ruído e agitação — o

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