Conto

Camomila

A rapariga estava sentada a uma mesa numa esplanada sobre o mar. Vestia de branco e era loura, com o cabelo longo a esvoaçar com a força do vento selagem, que gentil e ferozmente o penteava, refrescando o dia quente de Domingo. Nem dez horas eram e o sol já brilhava alegre no céu sem nuvens, enquanto a rapariga bebia o chá de camomila e observava o rebentar das ondas violentas, que eram reflectidas nos seus olhos azuis-claros. Ela esperava, contando os minutos, sem prestar atenção. Apenas sabia que ele vinha. - Estas a olhar para o que? A voz familiar e esperada assustou a pobre rapariga, que ficou com pele de galinha, levantando-se rapidamente da cadeira. O riso e as gargalhadas do rapaz recém-chegado substituíram o silêncio que se tinha criado. Ele ficou retido em casa, obrigaram-no a estudar. Ela entendia. Foi por isso que esperou, bebendo o chá de camomila. Levantou-se e pagou a conta, esperando por ele, mas ele ficou sentado. Tinha fome e encomendou um almoço para os dois, ignorando as mentiras dela não ter fome. A praia perto da falésia era bela, estendendo-se pelo horizonte com a areia quente, que ardia sob o sol escaldante. Os dois amigos correram pela praia, refrescando os pés quentes com as agua suaves e geladas em constante movimento. O fundo era visível, pois a água era tão pura e transparente como o vidro, ampliando as unhas rosas da rapariga. Tirando a camisola, o rapaz saltou para o mar, tentando convencer a rapariga a entrar, enquanto abanava a cabeça como um cão, retirando o excesso da água dos cabelos escuros. Ela recusou, ele mergulhou. “Ela é tão chata.” Pensou, rindo-se, quando reparou em algo no fundo do mar. Uns momentos a seguir, apareceu a correr na direcção da rapariga, indo a voar. Sorria, segurando algo na mão, excitado. Quis que ela adivinhasse o que tinha, mas ela não sabia e, ao tocar no seu braço, o contacto da pele quente e fria acelerou o coração dos dois, que o ignoraram. Ela saltou, na tentativa de