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Análise do filme: Abril Despedaçado

Abril despedaçado é uma tragicomédia dirigida por Walter Salles, baseada no romance de Ismail Kadare, conta a historia de Tonho, um rapaz de vinte anos, magro, um rosto jovem, com um olhar perdido, aparentemente reprimido, e seu irmão menor Menino (Pacu), de no máximo uns doze anos, magro, porém, com uma visão diferente e sonhadora do mundo. Tonho se apaixona por Clara, uma moça jovem, bonita, com uma visão mais aberta das coisas, ela vive no circo com seu padrinho Salustiano viajando pelo sertão, onde conhece Tonho em Riacho das Almas. A história se passa no sertão de 1910, em Riacho das Almas, mas, o circo estava na cidade de Bom Sossego que fica bem próximo.
Nessa obra existem símbolos, um é a camisa manchada de sangue, que simboliza o tempo, quando o sangue amarela significa que acabou a trégua, outro símbolo é a faixa preta, e significa que a pessoa está marcada pra morrer. Fica clara a divergência entre a família Breves e Ferreira por conta das terras, a obra vai além, mostrando as diferenças entre os membros da família Breves, com um filho que discorda do pai, mas, não se impõem por receio ou até respeito à honra da família, a relação entre pais e filhos nessa família é muito distante, e por outro lado, tem a relação de cumplicidade total dos irmãos. Outro ponto interessante do filme, é quando Clara entrega um livro ao Menino de presente, e mesmo sem saber ler, pelas figuras ele faz sua própria história, isso lhe oportuna a fuga da realidade, e esse livro se torna algo muito importante para o personagem. Menino no começo do filme diz a seguinte frase "em terra de cego, quem tem um olho só todo mundo acha que é doido", mostrando que a visão dele de tudo aquilo era diferente, tornando difícil impor a sua opinião, e se ele dissesse algo não seria compreendido.