CONSUMO E PRODUÇÃO DE LIXO

Sumário

1. INTRODUÇÃO
Vivemos em um mundo onde, em sua maioria, a concepção de sociedade e economia são organizadas pela ótica capitalista. A síntese disso é, certamente, a sociedade de consumo, onde temos classes estratificadas pela capacidade de consumo, não mais por ordem sanguínea.

O sociedade de consumo surge no contexto de alinhamento entre a crença de crescimento econômico através do aumento do consumo e a necessidade cada vez maior de reprodução do capital pelos capitalistas. A teoria da Demanda Agregada de Keynes certamente foi um catalisador desse alinhamento.

É fato que esse modo de organização socioeconômica trouxe benefícios às pessoas, pelo menos a uma boa parte, como aumento da expectativa de vida e renda. Porém é fato também que este mesmo modo legitimou exageros à sociedade. As criança, em sua maioria, passaram a ser cooptadas desde cedo a serem consumistas, sendo arrebatadas delas atividades típicas das crianças e uma infância saudável. Nesse processo de cooptação, a publicidade tem uma função muito importante, não somente em relação às crianças, mas também aos adultos, criando e inventando necessidades, fazendo uso de signos (marcas) a fim de massagear o narcisismo na sociedade. Os shoppings centers são erguidos como um instrumento polifuncional capitalista, oferecendo um ambiente seguro ao imperialismo dos signos e à fragmentação da sociedade em classes. Não o bastante, a obsolescência programada e percebida agem nesse meio como um hormônio capaz de aumentar ainda mas a síntese do capital e as excretas de todo esse processo, o lixo, que é externalizado por ser inútil a síntese capitalista.

O livro Caminhos do Lixo, de Marcio Magera, traz uma importante contribuição ao entendimento dialético do lixo, desde a revolução agrícola, passando pelo iluminismo, até os dias de hoje. A partir da leitura do livro podemos responder a muitas perguntas, tal como porque vivemos em uma sociedade cada vez mas consumista, quais as