Construção do pensamento ocidental: contribuições de aristóteles para a política ocidental e sua influência no pensamento filosófico de são tomás de aquino

Quando pensamos no desenvolvimento do pensamento Ocidental, não podemos excluir as heranças da Antiguidade Clássica, especialmente no que concerne à Grécia. A partir da quebra com as representações míticas para explicar os fenômenos referentes à vida humana, esta civilização abre espaço para que floresça a filosofia e, como consequência, o pensamento político. Assim, além das contribuições dos notáveis textos pré-socráticos, socráticos e platônicos, se mostra imprescindível o conhecimento das colocações aristotélicas para nossa forma de pensar e agir em sociedade. Aristóteles, que reside na Grécia Antiga como meteco (estrangeiro livre sem direito de cidadania), é o primeiro filósofo a introduzir sistematicamente o raciocínio sócio-lógico em seus estudos acerca da cidade ao passo que reúne densa documentação sobre os regimes políticos de numerosas cidades gregas, mas também das assim chamadas comunidades “bárbaras” no entorno no mediterrâneo, da África e da Ásia. Este pensador aluno de Platão faz crítica ao seu mestre no que concerne ao mundo das ideias, considerando esta defesa como distante das realidades humanas. Partindo disso, desenvolve o pensamento “positivo” na medida em que é pelo víeis da observação e da comparação que busca compreender o mundo, procurando identificar soluções suscetíveis de melhorar a vida humana. Tendo em vista que as discussões políticas realizadas pelos gregos parte da polis, ou seja, da cidade – que no caso da Grécia eram comunidades independentes e não unificadas –, Aristóteles tem este espaço como o prolongamento das comunidades primordiais, ou seja, da família e da aldeia, rejeitando a ideia de que todos os seus elementos estejam submetidos às exigências da vida comum, visto que ela reúne grupos sociais diversos. Assim, tal filósofo concebe o homem como um “animal político” que tem o poder de discernimento moral e não pode, portanto, sobreviver fora da comunidade. A cidade é, então, a comunidade que permite que cada homem