CONSCIENCIA CRÍTICA DE UM POETA: OS METAPOEMAS NA LÍRICA DE QUINTANA

1546 palavras 7 páginas
CONSCIÊNCIA CRÍTICA DE UM POETA: OS METAPOEMAS NA LÍRICA DE QUINTANA

RESUMO: Esta comunicação pretende estudar a metalinguagem enquanto escritura da própria linguagem (a descrição de si mesma) ou de outras linguagens. Se a metalinguagem é um recurso artístico através do qual a linguagem se volta para seu próprio código, criando uma aproximação e também um distanciamento entre o leitor e a obra, pode-se dizer que fica estabelecida, assim, através dela, uma leitura crítica e ativa do texto escrito. Em sua poesia, Mário Quintana, que se insere num momento de transição entre o Simbolismo e o Modernismo no Brasil, usou de forma bastante criativa o recurso da metalinguagem, para questionar, ao mesmo tempo, o papel do leitor do poema, a leitura do poema e o papel do próprio poeta enquanto construtor do poema. Em Quintana podemos perceber uma consciência criadora do trabalho poético, que visa, de forma crítica, a construção do poema, tornando o uso da metalinguagem um aspecto inerente à sua produção lírica.

Mário Quintana nasceu em Alegrete, numa pequena cidade do Rio Grande do Sul mas passou boa parte de sua vida na capital, Porto Alegre. Sua lírica está concentrada num momento de transição: entre o Simbolismo e o Modernismo no Brasil. Marcelo Spalding, escritor e pesquisador gaúcho afirma em seu texto Ecos de Quintana na poesia contemporânea gaucha que Quintana se encontrou na “família poética da chamada segunda geração modernista, que brotou nos anos 1930.” (SPALDING, 2007, p.01). Nesse momento o poeta mostrava uma poesia com bastante lirismo, e também marcada pela liberdade de praticar sonetos, por exemplo, e poemas em prosa, usando a linguagem coloquial e os poemas-piada. Quintana não alcançou uma dimensão nacional como Drummond, Cecília Meireles e Vinicius de Morais, poetas contemporâneos do momento de Quintana. Foi grande amigo de Erico Veríssimo e dentro do ambiente sulista, da capital Porto Alegre, foi ganhando espaço com a sua lírica leve e regada de

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