CONFLITOS ARMADOS NO CONGO

Segundo a história o conflito em questão se estendeu no tempo de 1996 até 2003, o período que compreende o ínicio da primeira guerra do Congo, e o término da segunda guerra do Congo. Contudo os fatores que levam ao desenvolvimento do mesmo são profundos e remetem ao período de sua descolonização e ao incindente ocorrido em 1994 no país vizinho, o genocídio de Ruanda. De acordo com Claude Rafestin o território revela as relações de produção e consequentemente as relações de poder, evidenciando que os responsáveis e atores sintagmáticos produtores de território foram os europeus, que tinham estratégias de produção e organização de território diferenciadas das estratégias de relação de poder que já haviam no Congo.
Desde 1878 o território que hoje chamamos de República democrática do Congo foi colônia Belga, adquirida e depois concedida pelo tratado de Berlim de 1875. Esse tratado acabou por recortar toda a África em territórios segundo o interesse das metrópoles européias, sem que qualquer questão de alocação dos povos de diferentes etnias africanas ali presentes fosse verificada, ou seja, como cita Rafestin: "delimitar, é pois, isolar ou subtrair momentâneamente ou ainda manifestar um poder numa área precisa", a forma mais elementar de produção de território.
O território Congolês permaneceu sobre o controle Belga durante todo o fim do século XIX e ínicio do século XX, passando pela primeira e Segunda Guerras Mundiais, até o ínicio da segunda metade do século. Após o encerramento da segunda grande guerra o mundo se deparou com o conflito ideológico expresso na forma da Guerra Fria e é foi justamente nesse período em que o Congo consegue o respaldo necessário para adquirir sua independência. A libertação congolesa da Bélgica ocorreu no mesmo contexto em que vários países vizinhos também se descolonizavam. Todos eles se aproveitaram da conjuntura favorável posta naquele momento histórico, na qual a europa imperialista havia perdido força para as duas