Confissões e Obediência

2100 palavras 9 páginas
CONFISSÕES, REVELAÇÕES E AS TECNOLOGIAS DE SI / SUBJETIVAÇÕES TRANSFORMADAS EM OBEDIÊNCIA
Luiza Aparecida Pereira Santos
Ao apagar das luzes da década de setenta do século passado, algo novo emerge nos pensamentos de Foucault que, envolvido em pensamentos sobre saber e poder, mas agora, com nova modelagem, se detém na análise das relações de poder num “novo contexto, o do governo, através do qual procurou rediscutir os problemas do poder fora dos discursos a soberania e da guerra.” (p. 16). À partir desse período busca acontecimentos antigos relacionados ao governo dos homens e, bem como de seu costume, aprofunda-se em questões que, para outros sujeitos, mais desatentos, não levantariam qualquer necessidade de serem revistas e que, para as quais, Foucault lança um olhar diferenciado. Percebendo a existência de uma possível relação entre o modo de como os homens se governam uns aos outros e em como o sujeito se tornava obediente. Aponta-nos caminhos, para melhor entender a maneira pela qual alguns homens exerciam o controle sobre outros e como se regulavam a si próprios. Essa nova perspectiva passa a ser conhecida durante as aulas do seu curso no Collége de France (1979-1980) . O deslocamento na análise do poder que levou do tema guerra para o do governo, possibilitou a Foucault considerar a possibilidade da existência de outros regimes de verdade através dos quais o sujeito passa a ser tão obediente e a obedecer até sem pensar e a entender a maneira pela qual, alguns sujeitos se apoderaram do verdadeiro e em como se subjetivam os que nela operam. A partir disso, Foucault questiona:
Como os homens, no Ocidente, foram ligados ou conduzidos a ligarem-se a manifestações bem particulares de verdade nas quais são precisamente eles mesmos que devem ser manifestados em verdade? Como o homem ocidental foi ele mesmo ligado à obrigação de manifestar em verdade àquilo que ele mesmo é? Como foi ele ligado, de qualquer modo, a dois níveis e de dois modos:

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