Condição Humana
O som que se fazia era “eletroacústico”, e embora a musica eletrônica fosse uma coqueluche mundial, não existiam ainda os computadores pessoais, nem a conexão “midi” pra ligar sintetizadores entre si – muito menos o seqüenciamento que dominaria a produção musical…Nesses primórdios, o gênio brilhante de Giorgio Moroder me fascinava, mas eu não tinha os arsenais de “Gate/CV” e sincronização de arpegiadores que eram exclusividades do mestre italiano… Bateria eletrônica só chegaria por aqui em meados dos 80, de sorte que todo o pop, todo a “disco music”, a Black Music que estava no auge, o Funk que ainda engatinhava, tudo era executado à mão mesmo, por músicos. Batidas mais dançantes exigiam dos bateristas precisão de máquina, e todo o instrumental tradicional era valvulado, os itens “modernos” eram transistorizados, pianos, clavinetes, tudo era com captação por solenóides magnéticos…Esse cenário, tendo ao fundo o esplendor das gravadoras no ápice dos vinis, permitia que houvesse uma classe musical sofisticada – oriunda da cena baileira dos anos 60, essa turma fez musica genial e duradoura. Dali emergiriam para o sucesso Novos Baianos, Rita, Raul, Tim Maia, Banda Black Rio, Alceu, Djavan, A Cor do Som, Belchior, Fagner, Milton e o Clube da Esquina, Marina, Lulu, toda uma geração “intermediária” , pós-festivais e pré-Rock in Rio , uma geração que permaneceu…
Nos anos 80, com a ascensão do computador e dos programas de seqüenciamento, a musica sofreria uma transformação radical : já seria possível programar um disco inteiro eletronicamente, em casa, em “demos” e pré-produções minuciosas, e a brilhante geração de