Concepções de linguagem

Concepções de linguagem Para abordar as discussões sobre as três concepções de linguagem – expressão do pensamento, instrumento de comunicação e interação verbal – teremos como base os conceitos de três estudiosos da linguagem, são eles: Helena Martins, João Carlos Cattelan e Mikhail Bakhtin. De acordo com a teoria de Bakhtin, a concepção de expressão do pensamento esta ligada à perspectiva subjetivista idealista em que a língua é a revelação de uma fonte oriunda do psiquismo do sujeito, ou seja, criação individual. Nesse sentido, a língua é um processo ininterrupto que se materializa nos atos individuais de fala, o falante é considerado o ser criador. Essa concepção ampara-se na corrente filosófica mensalista que apresenta a linguagem como algo que produz sentido; ela interroga o mundo e é utilizada para a manifestação da construção mental feita pelo homem.
A saída de Aristóteles é compreender a linguagem como subordinada em primeiro lugar à capacidade mental ou racional humana – atribuir às expressões lingüísticas s função primeira de representar o que vai no espírito. (pg 46.4) Os estudos sobre a linguagem também a conceberam como instrumento de comunicação conforme o caminho filosófico defendido pelo realista Platão, com o objetivo de revelar a “verdade” aos homens, tornando-os mais esclarecidos. A essa concepção, somam-se os estudos de Ferdinand de Saussure, defensor do objetivismo abstrato, teoria que apresenta a linguagem como um sistema de normas ficas convencionadas, as quais o indivíduo deve aceitar. Tal corrente é muito criticada por Bakhtin. Segundo ele, apenas o sistema lingüístico não dá conta dos fatos da língua, seria preciso considerar o seu conteúdo ideológico. A crítica de Bakhtin também se estende ao subjetivismo individualista.
O subjetivismo tem toda a razão quando diz que não se pode isolar uma forma lingüística de seu conteúdo ideológico. Toda palavra ideológica e toda utilização da língua está ligada à evolução ideológica. Está