Concentração de álcool na gasolina
A gasolina é uma mistura de hidrocarbonetos obtida a partir da destilação de petróleo, não sendo, portanto, uma substância pura. No Brasil, antes da comercialização, adiciona-se álcool anidro à gasolina. A mistura resultante é homogênea (monofásica). A mistura água-álcool também é um sistema homogêneo (monofásico), com propriedades diferentes daquelas das substâncias que a compõem (densidade, ponto de fusão, ponto de ebulição, etc.). Já a mistura água-gasolina é um sistema heterogêneo, bifásico. Quando a gasolina (que contém álcool) é misturada à água, o álcool é extraído pela água e o sistema resultante continua sendo bifásico: gasolina-água/álcool.
O álcool contido na gasolina dissolve-se na água porque suas moléculas são polares como as da água. Isto é, aqui se aplica o dito "semelhante dissolve semelhante": substâncias polares dissolvem-se melhor em solventes polares e substâncias apolares dissolvem-se melhor em solventes apolares.
A concentração de álcool na gasolina brasileira, de acordo com a Lei 10.203/01, deve receber entre 20% e 24% de álcool etílico anidro combustível. Em 2006, a Resolução 35 da Agência Nacional do Petróleo (ANP) fixou em 23% o percentual de mistura de álcool nas gasolinas, a partir de 1º de março daquele ano.
Mas por que se adiciona álcool à gasolina? Quais são as vantagens? Há alguma desvantagem? E por que a proporção deve ser esta que foi estabelecida?
Bom, o etanol anidro ou absoluto, que é praticamente isento de água (quase 100% etanol), é acrescentado à gasolina por apresentar duas vantagens principais:
1- Aumenta o índice de octanagem da gasolina:
Esse índice é a medida de resistência à compressão sofrida pela gasolina no motor de explosão interna do automóvel. Quanto maior a resistência, melhor, porque a gasolina entrará em combustão no momento correto, e não antes, enquanto ainda é comprimida.
O poder calorífico do álcool é menor que o da gasolina. Enquanto a gasolina isenta de álcool produz 46 900 J/g, o