Conceituação e aplicação do planejamento ambiental voltado ao saneamento básico de um município.
Campinas/SP
2011
Introdução
Da Antiguidade à Idade Média as crianças eram vistas como adultos em miniatura e tinham as mesmas obrigações deles. Não existia esse objeto de discurso, chamado infância. Assim sendo, não existia a separação entre o mundo infantil e o mundo dos adultos. Quando falamos de infância é fundamental mencionar a pesquisa de Philippe Ariès tendo em vista que esse estudo foi pioneiro para as pesquisas posteriores sobre o tema. O sentimento de infância na sociedade medieval é retratado por Ariès da seguinte maneira:
[...] o sentimento da infância não existia – o que não quer dizer que as crianças fossem negligenciadas, abandonadas ou desprezadas. O sentimento da infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças: corresponde à consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem. Essa consciência não existia. Por essa razão, assim que a criança tinha condições de viver sem a solicitude constante de sua mãe ou de sua ama, ela ingressava na sociedade dos adultos e não se distinguia mais destes (ARIÈS, 1978, p. 156).
A vida das crianças e dos adultos eram misturadas, não havendo diferenças entre seus deveres e preocupações. É na Modernidade que surge a preocupação em educar, cuidar, proteger e zelar das crianças, por parte dos adultos, havendo aí uma separação efetiva de cada papel, e é nesse momento que a instituição escolar e os responsáveis legais pelas crianças passam a ter papel fundamental na formação das mesmas. Se, antes disso, a criança era percebida somente como um ser biológico, sem status próprio, na contemporaneidade ela novamente vive seu dia-a-dia de uma forma muito parecida ao estilo de vida dos