Conceito de sociedade em antropologia

Os dois sentidos Ao abordar o conceito de sociedade em antropologia, Viveiros de Castro o apresenta em um parâmetro geral de acordo com suas diferentes perspectivas ao longo da história, baseado em diversos autores. Essa abordagem é feita em forma comparativa, confrontando as dicotomias e as divergências entre as diferentes teorias que foram desenvolvidas. A primeira dicotomia apresentada são os dois sentidos de sociedade, em condição universal (geral), sendo eles:
- Biológico (instintual): indivíduos são geneticamente pré dispostos à vida social. As capacidades de se sociabilizar são fundamentais para atender as necessidades do organismo.
- Simbólico-moral (institucional): Dimensão exclusiva da natureza humana, em que a sociedade tem caráter normativo; O comportamento humano como agência social, desenvolve regras para manter para manter uma organização social (sistema). Sujeitos são simuntâneamente criaturas e criadores do mundo das regras. Entretanto, se o foco da abordagem é no sentido particular, a sociedade pode ser designada pelo aspecto cultural. Nesse caso são atribuídas à determinado grupo humano as seguintes propriedades: “territorialidade; recrutamento principalmente por reprodução sexual de seus membros; organização institucional relativamente auto suficiente e capaz de persistir para além do período de vida de um indivíduo; distintividade cultural.” (VIVEIROS DE CASTRO, 2002, p. 298).
Por via dessa perpectiva, as sociedades podem ser analisadas das seguintes maneiras:
-Descritivo-interpretativo: aspecto etnográfico, analisando o particular de cada sociedade. Procura as diferenças entre sociedades.
-Comparativo-explicativo: formulações sintéticas válidas para toda sociedade humana (aspecto teórico). Mesmo com muita tentativa das ciências humanas para definir essas duas metodologias de forma que uma complemente a outra, a tendência tem sido a polarização entre a “etnografia” e a “teoria”.

À partir dos