Comunica O Empresarial

CAPA

ÉTICA E COMPLIANCE

CULTURA DE INTEGRIDADE
Por Roberto Rockmann

O papel da comunicação corporativa na criação de um fio condutor para as reflexões sobre ética

CONSTRUIR UMA cultura de integridade a partir da comunicação é um dos desafios que os gestores das empresas possuem. Para consolidar essa narrativa, é preciso partir de valores, políticas e fatos para disseminá-los a todos os colaboradores, de forma didática e constante, e um desafio que se torna ainda mais ambicioso em um contexto que combina a legislação anticorrupção, as manifestações de junho de 2013 e as redes sociais.

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“A QUESTÃO NÃO É MAIS SE MEU ERRO SERÁ
DESCOBERTO, MAS QUANDO ELE SE TORNARÁ PÚBLICO”
ÁGATHA CAMARGO, PROFESSORA DA FACULDADE CÁSPER LÍBERO

PARA ÁGATHA Camargo, pesquisadora de Comunicação e Ética Organizacional e professora da Faculdade
Cásper Líbero, a ética ganha espaço nas agendas corporativas por conta da preocupação com a reputação. O movimento é orientado de cima para baixo, liderado pelas grandes companhias, e o exemplo deve partir sempre da alta liderança. “As pequenas e médias [empresas] ainda não viram essa necessidade, por julgarem ser um problema do Estado, mas logo serão pressionadas pelos seus grandes clientes”, observa. As redes sociais trouxeram uma demanda maior por transparência e mudaram a escala do erro. “O que antes era banal, hoje ganha novo alcance, que se multiplica em segundos. A questão não é mais se meu erro será descoberto, mas quando ele se tornará público”, comenta. Um dos obstáculos que as empresas têm para construir a cultura de integridade é o alto índice de rotatividade da mão de obra.
Algumas pesquisas apontam que 60% das pessoas ficam menos de cinco anos em um emprego. “Hoje, muitos veem o trabalho como um trampolim, o que dificulta a construção de uma imagem perene”, frisa. Para Ágatha, a narrativa só existe se baseada em fatos concretos. Construir uma empresa ética e socialmente responsável pressupõe criar uma cultura corporativa que