Competência

COMPETÊNCIA

1. Conceito e considerações gerais

O conceito clássico de competência é atribuída a Enrico Tulio Liebman, e pode ser definido como a “ quantidade de jurisdição cujo exercício é atribuída a cada órgão ou grupo de órgãos”. No entanto, existem criticas a esse conceito, embora GRINOVER entenda que a jurisdição é una, e a competência não é uma divisão, mas uma distribuição. É um processo gradativo de concretização.

Canotilho propõe outro conceito, declarando que “por competência entender-se-á o poder de ação e de alteração atribuído aos vários órgãos e agentes constitucionais com o fim de prosseguirem as tarefas de que são constitucional ou legalmente incumbidos”. A competência envolve, por conseguinte, a atribuição de determinadas tarefas bem como os meios de ação (poderes) necessários para a sua prossecução. Além disso, a competência delimita o quadro jurídico de atuação de uma unidade organizatória relativamente a outra.

Modernamente, esse conceito de Canotilho foi, por assim dizer, mesclado ao conceito tradicional, sendo uma das mais conhecidas definições de competência a dada por Greco Filho, qual seja, a “atribuição do exercício legítimo da jurisdição”.

Podemos destrinchar melhor esse conceito nos lembrando sobre nossas aulas iniciais sobre norma e sobre o direito processual, bem como sobre jurisdição. Como dissermos anteriormente, existem normas definidoras dos direitos e deveres, elaboradas pelo legislador para dirimir os conflitos de interesse existentes em uma sociedade, e normas que disciplinam as regras para que essas outras normas sejam elaboradas, chamadas de normas instrumentais, nas quais são ditadas as supostas regras do jogo legislativo. No entanto, vimos em jurisdição que a atividade do juiz não é somente a de mero aplicador da lei instituída pelo legislativo, mas também uma atividade criativa, pela qual ele determina uma norma individualizada, que regula o caso em concreto submetido a sua apreciação. Assim, a ele também