Como educar?

SÍNTESE:
A quem cabe educar?

Nota sobre as relações entre a esfera pública e a privada nos debates educacionais dos anos de 1920-1930

Ana Maria Bandeira de Mello Magaldi[1]

Trata-se de um artigo que busca analisar o papel das instituições como a Escola, Família, Igreja e Estado acerca de suas responsabilidades sobre a educação, durante o período de 1920-1930 e constitutivos dos Movimentos da Escola Nova e da renovação católica. A partir dos escritos dos intelectuais dos dois movimentos é possível situar os termos do debate, de um lado os escolanovista que “defendiam uma educação igualitária sob a responsabilidade do Estado” e do lado do movimento católico, “liderado por Alceu Amoroso Lima, propugnando o ensino religioso e livre da tutela do Estado.”

Da educação como via de construção da nação.
O papel do Estado e da Escola. Entender a razão dos movimentos se faz necessário compreender o momento histórico brasileiro. O sistema político instaurado no Brasil era a República, esta se deu justamente influenciada pelos movimentos liberais que se fortaleciam na Europa durante o século XIX. O liberalismo tratava-se basicamente de um movimento que visava assegurar a liberdade individual no campo da política, da moral, da religião, etc, dentro da sociedade. Os intelectuais do período de 1920-1930 denunciavam que a sociedade brasileira sofria com uma desorganização social e de uma ausência de consciência moral, justamente por ter sofrido influências do liberalismo. Portanto seria necessário que esta mesma sociedade passasse por um processo de modelação social para se conformar em um corpo social saudável e coeso em torno de referenciais comuns. Modelar a sociedade significaria uma organização da nação – ou como preferem outros, numa construção – com a ajuda dos próprios intelectuais, que se tratavam como integrantes de uma elite com a verdadeira missão e com o instrumento necessário para a construção de uma instituição dentro de uma realidade