Comentário Uma mulher vestida de Sol

A peça se passa no nordeste, o protagonista Francisco (filho rebelde) é herdeiro de Joaquim Maranhão e Rosa é filha de um romanceiro nordestino e neta de um ibérico. A história possui uma atmosfera de amor e violência comparável à das histórias elisabetanas, que une elementos como sangue, honra, família e incesto, em suas precisas medidas dramáticas. Misturado a isso, sempre um toque cômico, vindo dos personagens Orlando de Almeida Sapo e do Delegado de Polícia, que são figuras um tanto ridícula e se contrastam em relação a estrutura dos demais personagens.
A peça passa em tempo determinado, e a maior parte da desta segue – se no espaço onde se localiza a cerca e de um lado dela há Joaquim, pai de Rosa, que possui a maior parte das terras que antes eram de Antônio. Acusado por Antônio de ter invadido as terras que seu sogro lhe dera, Joaquim briga para ter mais terras ainda, enquanto Antônio briga para guardar o que é de direito de seu filho, Francisco, que está para chegar.
A obra faz uso de referências a figuras do cristianismo e, de modo específico, da Igreja Católica. Além disso, Suassuna ligou a tragédia ao drama do sertão, à vida sofrida de grande parte do povo nordestino. Ele passou a imagem de uma terra repleta de tanta dor que, crer em Deus chegava a ser uma questão de precisão e sobrevivência, pois a fé era a única que poderia conceder auxílio e esperança. Assim, o espírito cristão inevitavelmente se ligava ao drama da terra árida. Mostrando assim sua ligação com o título.
Um ponto muito importante na obra que a identifica como tragédia é o ambiente do sertão no qual os dois personagens, Joaquim e Antonio, vivem uma disputa familiar devido a uma divisão de terras. A cerca, ilustra a rivalidade da família e simboliza o motivo dessa crise que está presente durante toda peça. O leitor/ espectador, percebe que a desordem está próxima pela fala dos personagens, como, por exemplo, Manuel: “Camarada, pode azeitar o rifle, porque o barulho vai começar hoje à