Coisas de menino e coisas de menina
GRUPO DE PESQUISA SEXUALIDADE E ESCOLA
CURSO GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA
Título: Coisas de menino e coisas de menina
Dados de Identificação:
Nome da Cursista: Marione Andriola Haack
Público Alvo: duas turmas do Curso Normal do 3º ano
Introdução:
As alunas do Curso Normal realizam estágio curricular nas escolas da região como requisito de aprovação na formação. Neste semestre a turma na qual trabalho na rede municipal recebeu uma estagiária e pude observar em vários momentos que os desdobramentos em relação as representações de gênero reforçam atitudes de “coisa de menino” e “coisa de menina”, reafirmando situações como “homem não chora”, “menino não brinca de casinha”, “menina não se comporta desse jeito”, entre muitas outras situações de normatização de condutas.
Os comportamentos associados a meninos e meninas vão ganhando naturalidade de tanto ser praticados, contados, repetidos e recontados. Furlani apud Sabat (2005) aponta que a menina é apresentada em outros afazeres que não seja a maternidade, realizando tarefas associadas ao masculino o que não ocorre com as representações masculinas, pois dificilmente veremos um menino brincando de bonecas.
A escola é reprodutora social na medida em que repete comportamentos que acabam diferenciando meninos e meninas (FINCO, 2008). As práticas habituais no sistema educativo acabam reforçando atitudes desiguais de gênero, como a ênfase nos comportamentos associados a meninos (bagunceiros) e meninas (organizadas), reforçam as atividades ditas femininas, como a limpeza da sala de aula, quando solicitada somente às meninas, ou quando excluem os meninos de atividades de artesanato por ser tarefa feminina e de jogos com bola, por ser brincadeiras mais masculinas.
Para Butler (2001, p.154), “a performatividade deve ser compreendida não como um ‘ato’ singular ou deliberado, mas, ao invés disso, como uma prática reiterativa e citacional pela qual o discurso produz os