Coabitação

As formas de constituição do casal têm vindo a abrigar uma gradual expansão de práticas de conjugalidade. Apesar dos casamentos católicos serem predominantes em Portugal, as casamentos civis e a coabitação com experiência previa ao casamento quase duplicou entre 1991 e 2001( últimos censos). Questiona-se em que medida se assiste a uma desinstitucionalização da conjugalidade como trajeto modernista ou a reactualização de praticas, como tradicionalmente se verificava em algumas regiões de Portugal. Villeneuve-Gokalp ou Bawin-Legros “ A coabitação pode obedecer a logicas diferentes, consoante a sua pratica se localize em meios populares ou em meios mais capitalizados”. Interessa saber que fatores explicam os diferentes percursos de formalização de conjugalidade, as diferentes logicas especificas do fenómeno de coabitação e os seus contextos , assim como a sua diferenciação regional. De acordo com a cada região são adoptadas maneiras diferentes de conjugalidade, onde se nota, no sul(laico), uma escolha dominada pelo casamento civil e a pratica informal , no norte e centro(religioso) vinculadas pelo casamento religioso . Há aqui uma diversidade de classes sociais, sendo os mais qualificado que optam pela informalidade conjugal, ainda que seja como transição para a formalização pelo casamento, sobretudo civil. Nos meios rurais e populares, onde se encontram segmentos da população menos qualificada, em situação de precariedade social e económica, existe uma preocupação com a formalização do matrimónio na entrada da parentalidade.

Modernismo
Modernização estaria ligada à eleição do amor como ultimo fundamento da família, com a crescente primazia dos sentimentos (amoroso e parental) na estruturação da vida familiar. O processo de individualização do social, um dos processos fundadores da modernidade, em que o individuo passa a ser a unidade central das relações sociais , num movimento de autonomização da vida privada face aos códigos sociais