clascicismo

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Classicismo

O Classicismo consistia, antes de tudo, numa concepção de arte baseada na imitação dos clássicos gregos e latinos, considerados modelos de suma perfeição estética.
Imitar não significava copiar, mas sim a procura de criar obras de arte segundo as fórmulas, as medidas, empregadas pelos antigos. Daí a observância de regras, estabelecidas como verdadeiras antes da elaboração da obra literária: os escritores não tinham mais que observá-las, acrescentando-lhes a força do seu talento pessoal. Eram regras apriorísticas, mas não impediam o despertar e a manifestação das qualidades peculiares de cada um.
As demais características decorrem dessa obediência a regras e modelos pré-estabelecidos. A arte clássica é racionalista por excelência: "Haja a Razão lugar, seja entendida", como afirma António Ferreira (Carta X, a D. Simão da Silveira). O racionalismo clássico não significa de modo algum ausência de emoção e sentimento, apenas pressupõe que a Razão exerça sobre eles uma espécie de controle, de policiamento, a fim de evitar que se derramem. Estabelece-se, ou deseja-se, um equilíbrio entre Razão e imaginação, no afã de criar uma arte universal e impessoal. Todavia, a universalidade e a impessoalidade implicavam uma concepção absolutista de arte: esta, deveria expressar verdades eternas e superiores, na medida em que se aproximassem dos arquétipos aceites, quer dizer, os modelos greco-latinos. Daí vem que os clássicos renascentistas (a rigor, são neoclássicos) procurem a Beleza, o Bem e a Verdade, com maiúsculas iniciais, em virtude dessa concepção absolutista e idealista de arte. Percebe-se por isso que os clássicos atribuíam à arte objectivos éticos, identificados com o Bem e a Verdade. Embora não entendessem que a arte fosse utilitariamente empregada para fins de instrução moral - o que seria rebaixar-lhe a categoria -, estavam longe de aceitar a "arte pela arte" ao modo parnasiano (fins do século XIX). Um alto objectivo ético - o do aperfeiçoamento do

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