Ciúmes

Estratégias de enfrentamento do estresse provocado pelo ciúme romântico

Prof. Dr. André Luiz Moraes Ramos
Centro Universitário Salesiano de São Paulo – Lorena
Centro Universitário de Barra Mansa

Um quadro teórico de referência útil para organizar as pesquisas sobre ciúme romântico é a Teoria Cognitva de Enfrentamento do Estresse de Richard Lazarus, explorada por Hupka (1981), White e Mullen (1989), Mathes (1991, 1992), e Pines (1998). Lazarus, em sua teoria, propôs três tipos de avaliação: avaliações primária e secundária e reavaliação (vide Quadro 1). Para elucidar este processo avaliativo, vamos analisar a relação afetiva triangular vivenciada por Paula, que é namorada de Bruno, e que acredita que Rebeca está interessada em seu namorado. O evento estressante para Paula é a interferência de Rebeca em seu relacionamento com Bruno, em especial o fato de, atualmente, Rebeca está fazendo o trabalho de conclusão de curso com seu namorado Bruno, no curso de Administração.

Avaliação primária:
Esta primeira avaliação determina o quanto um evento é significativo para o bem-estar de Paula. Há três possibilidades nesta avaliação: Paula pode considerar o evento irrelevante, estressante ou positivamente benigno.
Um evento irrelevante não tem efeito sobre o bem-estar do indivíduo. Por outro lado, um evento pode ser positivamente benigno, sendo que neste caso há um aumento da atração entre o casal e a ameaça de rompimento da relação torna-se improvável, e, no nosso exemplo, Paula experimentará emoções positivas. Com isto, Paula pode investir suas energias em outras atividades e não ficar pensando em Rebeca como uma rival. Mas se a avaliação primária revela que o evento é estressante, Paula experimentará emoções negativas.
Na avaliação primária, Paula levará em conta aspectos relevantes para esta situação: 1) a probabilidade de que a rival obtenha sucesso em suas investidas em direção Bruno, 2) o amor de Paula por Bruno, 3) os valores de Paula, 4) a saúde