ciências socias

Coordenadas principais da definição de poder político (confronto com o legado de Marx)

A definição de poder político está longe de ser simples e prova disso mesmo são as diferenças encontradas no entendimento de diversos autores. Como faz notar António Teixeira Fernandes1, o entendimento do poder político implica, antes de mais, algum conhecimento teórico do próprio conceito de poder, conceito cuja análise “atraiu” autores das mais diversas áreas, como sejam: psicologia, psicanálise, filosofia, etc. Uma breve leitura de alguns destes autores leva-nos a concluir, tal como referiu Michel Foucault, que o poder é “omnipresente” na vida em sociedade. Podemos também compreender facilmente que se trata de uma espécie de “mal menor”, na medida em que se por um lado ele perpetua e agudiza as desigualdades, por outro lado, é fator determinante para a estabilidade e para o desenvolvimento.
O poder político, enquanto forma de poder está intimamente ligado ao conceito de espaço/território, e em última análise ao conceito de Estado. Esta componente espacial é valorizada por Weber que entende o Estado dentro de um “determinado território”, mas também por Durkheim que entende a sociedade como um “território definido” com tradições próprias.
São duas abordagens distintas, a de Max Weber e a de E. Durkheim, mas comuns no que respeita ao facto de negarem a ideia Marxiana de que a economia determina todo resto.
Max Weber faz uma análise institucional. Para o autor,
“poder implica a probabilidade de impor a própria vontade, dentro de uma relação social, ainda que contra a resistência, qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade”2
É uma probabilidade na medida em que o autor entende o poder como algo que só existe dentro das relações sociais. Poder distingue-se então de dominação. A dominação implica uma espécie de consenso. E é por este motivo que na sua análise do poder político, o autor aborda este assunto mais em termos de “dominação”, ou seja como “probabilidade