Ciências politicas

Capítulo 7 – Partidos na República II
Partidos Representativos de Caráter Nacional 1945 a 1988 (a 2003) Além de ser o período que consolida a industrialização e urbanização do Brasil, no plano internacional este período é de confronto entre duas super potências (EUA x URSS) surgidas no pós-guerra, até a desagregação da URSS no fim do período. Podemos ver esta fase em três momentos do ponto de vista da formação partidária. Sendo o primeiro momento, o que corresponde à quarta formação partidária (1945 a 1965) é de pluralismo de partidos, com o caráter nacional obrigatório. Corresponde ao período que os autores chamam de República Liberal. O segundo momento corresponde à quinta formação partidária de 1965 a 1979, é o que Afonso Arinos chama de “Bipartidarismo artificial”. Este período é conhecido como “Quinta República” ou “Ditadura Militar”. Por fim, o terceiro momento é o início da sexta formação partidária, a partir de 1979. Ele passa pela Nova República, que tem início em 1985. Mas o acompanharemos até a situação pós-Constituinte de 1988.

7.1 – De 1945 a 1965
Quanto ao primeiro período (1945 a 1964), será examinado o ponto de vista de Afonso Arinos sobre o “caudilhismo eleitoral”, sua visão dos principais partidos e da crise do sistema partidário.

7.1.1 – Patriarcalismo e Caudilhismo Com a Constituição de 1946 tornou-se obrigatório o caráter nacional dos partidos, manteve o voto proporcional e outras conquistas democráticas. Embora reconhecendo que a maior parte dos alfabetizados se encontrava nos centros urbanos, Afonso Arinos, em 1948, caracteriza o eleitorado brasileiro como eleitorado rural e semi-rural, (os analfabetos não votavam), pois eram poucas as cidades acima de 10 mil habitantes. Segundo Werner Baer em 1990, o Brasil é um país industrial, concentrando sua população ativa na indústria e nos serviços. Afonso Arinos, em 1948, constata a dependência política da população rural, fenômeno que ele denomina