cisne negro
A trama acompanha a montagem de um balé clássico, O Lago dos Cisnes, de Piotr Ilitch Tchaikovsky, por uma companhia que decide aposentar sua primeira bailarina, Beth, brilhantemente interpretada por Winona Ryder. A partir deste momento iniciam-se os testes para sua substituição. Esta é a oportunidade que Nina, a protagonista da história, uma atuação magistral de Natalie Portman, sempre desejou, e ela dá tudo de si para conquistar a vaga.
No momento em que ela é escolhida para interpretar a Rainha Cisne, a realização de seus sonhos, as pressões exercidas pelo coreógrafo Thomas e por sua mãe possessiva, uma ex-bailarina frustrada, vivida pela atriz Barbara Hershey, levam Nina ao limite de sua psique já perturbada, até atingir o ponto crucial onde todas as fronteiras entre realidade e imaginação, loucura e sanidade, são transpostas.
Talvez um dos elementos mais perturbadores deste filme seja seu ponto de vista, que transporta o público para o interior da mente atormentada e doentia de Nina; esta é a única versão da história, não há outras visões da mesma narrativa. Este ‘detalhe’ tem um impacto profundo sobre a plateia, ou pelo menos teve em mim, pois a partir de um determinado momento não conseguimos mais distinguir o que é real do que é mera alucinação.
Nina é a bailarina que busca a perfeição da técnica; ela é o Cisne Branco ideal, pois representa a inocência, a pureza e a doçura que a personalizam. Por outro lado, ela é radicalmente controlada, disciplinada e reprimida; mas Thomas a escolhe porque sabe que em algum ponto de sua alma está presente o Cisne Negro, símbolo da sexualidade, da sedução e do mal.