Cinema
Então, depois de diversos falsos começos, decidi iniciar por uma experiência própria, que ilustra muita bem, eu acho, o que é Um Cão Andaluz. Sim, farei a crítica e, se você for impaciente, pule para o “capítulo” chamado “A crítica” mais abaixo. Se, por outro lado, quiser algo mais contextualizado, leia tudo.
Em qualquer hipótese, sugiro fortemente que veja o curta antes e depois volte aqui. Não pelo riscos de haver spoilers em meus comentários, pois não há como fazer spoiler desse filme, mas sim porque, como o primeiro “capítulo” deixará claro e reiterarei ainda outras vezes, a experiência é tudo nesse caso.
Vendo Um Cão Andaluz pelos olhos dos outros
Há poucos anos, tive a oportunidade de visitar o museu Reina Sofia em Madri, Espanha. Dentre as várias e sensacionais exposições que tive o prazer de ver, uma em particular me chamou a atenção: ao final de um corredor, em uma sala de bom tamanho, havia alguns quadros de Salvador Dalí, famoso pintor surrealista espanhol.
Uma das obras expostas, porém, não era de artes plásticas, mas sim uma televisão passando Um Cão Andaluz em loop. Como já havia visto o filme algumas vezes, resolvi ficar parado, vendo a reação das pessoas. Fiz isso por meia hora logo quando cheguei e, depois, por mais meia hora antes de ir embora.
É fácil imaginar a quantidade e, principalmente, a diversidade de pessoas que parou diante do monitor para tentar entender o que se passava. Ficava claro, pelos comentários, que poucos sabiam que Um Cão Andaluzhavia sido resultado de um trabalho em conjunto de Luis Buñuel e do próprio Dalí. Apenas aqueles mais