Cinema Novo: Deus e o diabo na terra do sol

Introdução O cinema novo surgiu no Brasil colocado em uma visão da arte como uma prática politica/revolucionária. Em um período em que o país passava rapidamente de agrário-exportador a industrial, o mercado de trabalho e mercado consumidor cresciam junto com a classe média urbana, de onde saíram os intelectuais e simpatizantes dos setores populistas e de esquerda. Na década de 50 e inicio de 60 surgia no Brasil uma visão de um país subdesenvolvido, nesse contexto, e um país culturalmente colonizado, onde tanto a burguesia quanto o proletariado eram insipientes segundo (SIMONARD, 2003). Para transformar este quadro, seria fundamental o papel da produção cultural. Até este ponto o comportamento da ala urbana era ditado pelas produções culturais estrangeiras. Era preciso que o cinema brasileiro ocupasse espaço do cinema estrangeiro, permitindo uma melhor produção da cultura nacional. O seguinte trabalho tem como objetivo relatar um pouco da história do cinema novo, e analisar as relações do movimento com o filme Deus e o diabo na terra do sol, do diretor Glauber Rocha.

2- Cinema novo

O Cinema Novo nasceu em 1952, no I Congresso Paulista de Cinema Brasileiro e no I Congresso Nacional do Cinema Brasileiro. Reuniram naquele ano os maiores expoentes do cinema nacional possibilitando discussões e reflexões acerca de novas formas de se fazer cinema. Dentre estas discussões surgiu uma intensa insatisfação em relação às chanchadas, estilo de cinema predominante no Brasil, que se restringia ao universo do risível, sem fazer uma crítica à realidade social e política do país. Nestes eventos foram debatidas ideias que já tinham começado a brotar nas conversas entre jovens inconformados com a derrocada dos grandes estúdios cinematográficos paulistas. De seus desejos de ver um cinema realizado com maior realismo, mais substância e mais barato, e com uma linguagem mais adequada à situação